Mitos da Educação II

28/04/2011 23:04

EEFM.PROFESSOR MÁRIO SCHENBERG

COORDENAÇÃO DE ENSINO

CLIDENOR JUNIOR

 

 

MITOS DA EDUCAÇÃO PARTE II

 

10 Sem a possibilidade de reprovação, os alunos perdem o respeito pelo professor

Por que é um mito A reprovação não é um mecanismo de punição, e sim uma medida extrema tomada quando não há possibilidade de o aluno avançar. A autoridade do professor é garantida quando ele trata os estudantes com respeito, domina os conteúdos de sua disciplina e apresenta propostas desafiadoras intelectualmente, que os fazem progredir. 

Por que derrubá-lo Em geral, educadores que recorrem à avaliação como meio de pressão não estão conseguindo tornar a aprendizagem significativa para os alunos. Quando crianças e jovens reconhecem que os resultados de provas, por exemplo, podem ser direcionados contra eles próprios, criam uma aversão a elas. A avaliação deve sempre ser vista como uma forma de verificar o quanto cada um avançou. Se bem elaborada, ela permite identificar as dificuldades dos alunos e, com base nisso, trabalhar para que eles se recuperem em tempo. Assim, a repetência não é mais necessária. 

"A escola precisa deixar de buscar os culpados pelo fracasso escolar e passar a partilhar as responsabilidades. A motivação dos alunos deve ser aprender e não apenas passar de ano." 
Ana Aragão, pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

 

11 A cópia e a repetição são boas estratégias de ensino

Por que é um mito Apenas copiar ou fazer exercícios repetitivos não garante a aprendizagem dos alunos. 
Por que derrubá-lo Apesar de serem práticas comuns em muitas escolas, as cópias e outras atividades de repetição por si só não ajudam a criança a avançar. Passar longos textos do quadro para o caderno ou resolver inúmeros exercícios do mesmo tipo consome um tempo precioso da aula, que poderia ser mais bem aproveitado com outras situações didáticas desafiadoras.

A ideia não é abolir de vez essas estratégias, mas só empregá-las quando houver contribuição para o aprendizado de determinada habilidade, como jogar várias vezes o mesmo jogo para aprimorar suas estratégias.

 "Para aprender não é suficiente repetir um conteúdo ou memorizá-lo. Somente é possível aprender quando há reflexão sobre aquilo que se faz." 
Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da USP.

 

13 É papel da escola elevar a autoestima dos estudantes

Por que é um mito A principal função da instituição é ensinar os conteúdos curriculares. Não é por meio de elogios rasgados e premiações para os que fazem as tarefas mais rapidamente que a garotada vai se sair bem. 
Por que derrubá-lo O aluno se sente capaz quando reconhece que aprendeu algo e, para que isso ocorra, é preciso que o professor saiba o nível em que está cada um. Vale lembrar que aprendemos com os erros e a avaliação eficiente é capaz de apontar em quais aspectos cada um pode melhorar. Somente boas condições de aprendizagem podem contribuir para elevar a autoestima rebaixada em relação ao desempenho escolar insuficiente. Quando um estudante com dificuldades é comparado com os melhores da sala, seu esforço pode sinalizar apenas mais um fracasso e o resultado será novamente a desmotivação. 

"Muitas vezes, o fracasso escolar é atribuído a problemas emocionais ou psicológicos. Porém a principal causa dele são condições inadequadas de aprendizagem em classe." 
Sueli Edi Rufini, professora do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

14 Os alunos aprendem mais quando a atividade é lúdica

Por que é um mito Aprender pressupõe um esforço cognitivo e requer força de vontade, disciplina, concentração e dedicação. Atividades dinâmicas e divertidas não garantem, necessariamente, todas essas condições em sala. 
Por que derrubá-lo O conhecimento deve fazer as pessoas se sentirem inteligentes, capazes, fortes e autônomas. O grande desafio da escola é demonstrar a importância do saber na sociedade moderna e o quanto aprender pode ser desafiante e interessante. É dessa sensação que deve vir a satisfação pelo estudo. As brincadeiras certamente deixam os alunos mais animados, mas, se você tem como objetivo levar a turma a aprender os conteúdos previstos em cada disciplina, o melhor caminho é propor situações desafiadoras, que façam sentido para o aluno e valorizem o seu esforço em superar limites. Para planejá-la, a primeira condição é conhecer o que todos já sabem. Assim, você não apresenta um desafio tão difícil que possa desmotivá-los nem tão fácil que os desestimule a dedicar tempo a ele. 

"Brincadeiras e jogos não devem ser utilizados como recurso para que os alunos façam uma atividade. A motivação precisa ser a aprendizagem. Esse é o desafio." 
Bernard Charlot, professor visitante na pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

15 Conteúdo dado é conteúdo aprendido

Por que é um mito Ensino e aprendizagem são processos distintos. O professor ensina, propõe atividades e problemas, mas isso não significa que todos aprendam da mesma forma. 
Por que derrubá-lo Dar conta de todo o programa é um desafio! Por outro lado, não adianta prosseguir com o cronograma se os alunos não estiverem entendendo. Seguir para o próximo assunto e ignorar aqueles que estão com dificuldade pode trazer impactos cada vez mais difíceis de superar. Quando necessário, é preciso voltar ao mesmo assunto com outras formas de abordagem. 
"Não é possível culpabilizar o aluno pelo fracasso. Se o contexto social não é favorável, o investimento educacional precisa ser maior." 
Telma Weisz, supervisiona o programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.

 

 

 

Tópico: Mitos da Educação II

Data: 06/05/2011

De: André

Assunto: mito / verdade

bom.. concordo com alguns mitos, porém outros são pontos bastante "sensíveis" digamos para classificarmos apenas como mito ou não e decidirmos derruba-lo ou não (alguns dessa segunda parte principalmente).

Lendo o texto lembrei de um filme que (re)assisti no feriado da semana santa: The Wall (da banda britânica Pink Floyd) onde podemos ver o quanto questoes familiares (do professor ou do aluno), questões governamentais (o tal sistema e o que ele provoca nas 'vidas em jogo') e outras questões abordadas no filme podem provocar na vida escolar e pós escolar, ex: o professor reprimido pela mulher reprime o aluno, o aluno reprimido e com as dores da perca do pai na guerra adquire problemas psicológicos e por final se transforma no que achei parecido com um líder fascista... enfim, como diz um jargão que existe por ai, tudo e todos passam pela a educação...

então... unindo um pouco das minhas impressões do que li (aqui) e do que vi (no filme) gostaria de lançar o questionamento para que possamos refletir: o que nós professores, o que as crianças farão (faremos) quando o muro (the wall) cair?

ao final do filme me ocorreu o pensamento que o muro caiu e em seu lugar foi, ou está (quem sabe possamos ainda impedí-lo) sendo construido outro no qual vários mitos destes que temos no artigo da formaçao se incorporam ao dia a dia da escola e se tornam realidade. Alguns mitos podem até ser mitos, ou devem ter nascido para ser mitos, MAS, não podemos deixar de pensar que enquanto os temos como mitos, nossos alunos possam te-los como realidade. Não por "maldade", intencionalmente ou de "caso pensado" (sem desconsiderar essas possibilidades - infelizmente) mas por serem também produtos do sistema/sociedade que os "adultos" criam. Posso parecer determinista com minha ultima colocação, mas, enquanto pessoas que estão em formação os alunos acabam por se tonar digamos... mais sensíveis ao que o sistema/sociedade oferece.

Ficando por aqui e deixando a dica de filme (para profs e alunos)

The Wall

Data: 05/05/2011

De: Clidenor Vasconcelos

Assunto: MITOS DA EDUCAÇÃO II

Para desempenhar sua função, o professor / educador tem de estar aberto às inovações, preparado para responder a determinadas situações impostas pelo dia-a-dia em sua prática pedagógica. Tem que, se for preciso, mudar todos os métodos e técnicas empregados. Só assim, com essa atitude maleável, poderá trabalhar de forma mais criativa e abrangente. Porém, para realizar esse “exercício de criatividade”, o educador deve conviver e interagir num espaço que possibilite a criatividade.Alem disso,o aluno deve também estar com “vontade de aprender”.Lógico que essa vontade,passa por uma serie de questões que vai da família ate a escola.Porem,não devemos esquecer que a função primordial da escola é a busca do aprendizado,do currículo,da cultural que ao longo do tempo os seres humanos construíram e continuam a construir.

Data: 04/05/2011

De: Leyly

Assunto: Mitos da educação II

Apos a leitura desse texto, fiz uma reflexão sobre o meu trabalho. Percebi que faço uso de algumas práticas citadas no texto. É claro que minha preocupação maior é fazer o aluno entender o porque ele esta fazendo aquilo. Ele tem que refletir sobre seu papel como estudante e assumir essa responsabilidade. Mas o que fazer com os alunos que não atendem a essa expectativa?Que estão na escola pra fazer "volume". Que não tem respeito nem por si mesmo. Preparo uma aula pra uma sala com 45 alunos em média. A avaliação pode ser continua ou não, mas serve como termômetro pra identificar o aprendizado da turma. Repetição, atividade lúdica, ou outras estratégias de ensino, só vão funcionar quando o estudante estiver consciente.Educação é algo muito sério, mas não pode ser feita pelo professor apenas, precisa do aluno, da familia. Estou aprendendo todos os dias, compreendi que posso levar o aluno que sonha a lutar pelo possivel, assim como posso matar esse sonho. O mundo pode ser melhor se meus alunos forem melhores. Mas o que acontecerá com aqueles que não quiseram nada?

Data: 09/06/2011

De: yury uchoa

Assunto: Re:Mitos da educação II

A educação é uma via de mão dupla. Por mais que nos esforcemos para planejar aulas dinâmicas para nossos alunos, se não houver interesse por parte dos mesmos, o aprendizado não será alcançado.

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